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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Vem comigo se é que vocês ainda lembram o que é breakdance!




Bom, vou postar aqui no meu blog uma matéria em que colaborei para um jornal de artes há um tempinho atrás (setembro/09). Matéria foi polêmica, pois nem sempre há um senso comum entre as pessoas... Não dá pra dizer quem está certo, e quem está errado. Mas opinião é única... não?


Esta matéria foi escrita por: Joe Nunes
(e no caso, eu - Andressa Souza - fui a entrevistada)

Dança de Rua

"Em meados da década de 70, eis que surge mais um elemento da cultura Hip-Hop, o breakdance. Criada por afro-americanos e latinos, o break é um estilo de dança de rua, e o b-boy (ou b-girl) é quem pratica o break da música, ou seja, um bit da música que se repete. E quem era o grande astro na época? James Brown, o homem que brilhou com sua voz, e também por suas performances. Foi através dele, que muitos jovens se inspiraram (e se inspiram até hoje), com a chamada dança Good Foot (Pé Bom). No seu surgimento, a dança de rua era uma maneira de as gangues de rua disputarem território, já que a dança se inspirava em movimentos de guerra. Já hoje é utilizado como forma de diversão e competição no mundo inteiro.
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O cenário do movimento Hip-Hop em Santa Cruz tem se mostrado cada vez mais forte e produtivo. Graças à organização, talento e dedicação (fortes características desse movimento) muitos grupos conquistam cada vez mais destaque no mapa cultural daqui. Um dos marcos recentes dessa explosão artística foi a ESTAÇÃO DA RIMA, evento que já teve duas edições, a primeira em 16 de maio e outra no último dia 15 de agosto na praça Siegfried Heuser pelo grupo DusBuero Crew. E é com a Andressa Souza, uma das integrantes do DusBuero que o jornal Artis foi conversar sobre uma dos elementos da cultura Hip-Hop que tornou o mesmo notório nos anos 70 e 80, o break.

BREAK SE APRENDE NA RUA!

“O que tu aprende nessas academias de dança, é uma coisa completamente desvirtuada”, enfatiza Andressa. “A raiz da dança é o improviso, não são as escolas que vão ensinar. Conheço pessoas que dançam mais do que muitos das academias que pagam pra aprender (e aprendem coisas erradas ainda por cima) É raro ouvir falar de um James Brown, ou até mesmo um Michael Jackson em apresentações de academias. O que se aprende na rua, não se aprende em escolas”, complementa.

Os precursores do break, James Brown e Michael Jackson continuam sendo ainda a fonte de inspiração e os grandes ídolos até mesmo no Brasil, segundo Andressa é no James e no Michael em quem o pessoal se inspira. O maior envolvimento com eles é em termos de música. A gurizada de hoje sem dúvidas tem uma herança que não há dinheiro que pague. Quem realmente é amante da verdadeira dança de rua, adora Michael Jackson e venera James Brown. Andressa explica pra gente algumas coisas a respeito da evolução do Hip-Hip e as diferenças do movimento no Brasil e nos Estados Unidos: O Hip-Hop atual modificou-se com o tempo. A sociedade hoje não vê como um bicho de sete cabeças como era antigamente. O Hip-Hop está aos poucos conseguindo seu próprio espaço e mostrando o valor da nossa cultura. Tanto o break (a dança), o graffiti (a arte visual), o mc (que promove a mistura de rimas com métrica, coerência, vocabulário como improviso) , o DJ (que manda as batidas, e anima o povo) , e o beatbox (onde são reproduzidos através das cordas vocais, efeitos parecidos com o som que o DJs provocam), enfim, mostram hoje que ta aí uma cultura que deve sim ser valorizada, pela riqueza que tem! Quem entra para movimento sabe no que estará envolvido, e o que terá que enfrentar. Seja preconceito, seja crítica, seja elogios. Mas uma coisa é certa... Quem esta na cultura, com certeza está fazendo de tudo para fortalecer cada vez mais. O Brasil tem espírito e qualidade. Não que na gringa não tenha, mas lá é que se encontram os maiores índices de violência, tráfico e tudo mais. E o que eles fazem? Ao invés de produzir músicas com algum protesto, ou algo do tipo, eles desvalorizam a imagem da mulher, usam correntões de ouro sei eu quantos quilates, desfilam com seus carrões, e esbanjam seu dinheiro a torto e direito. Certo que não dá pra generalizar tem muito rapper de lá que sabe lidar com a “fama” e ainda está envolvido com a cultura nas periferias, trabalhos com crianças carentes entre outros projetos. Já no Brasil a imagem completamente diferente. Aqui, tem uns que outros que seguem “à moda gringo” mas grande maioria tem consciência do que faz, sabem que o rap brasileiro é coisa séria.


E os projetos da DusBuero Crew para o futuro prevêem mais eventos como a Estação da Rima, (que, segundo o pessoal da DusBuero, foi pra Santa Cruz uma inovação na cultura Hip-Hop). A tendência é fazer um evento anual cada vez mais grandioso."

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